PROJETO MEMÓRIAS NEGRAS: VISIBILIZAÇÃO DE DOCENTES E TAES NO CENTRO DE FILOSOFIA E CIÊNCIAS HUMANAS
COORDENADOR: PROFESSOR VANTUIL PEREIRA
O Núcleo de Estudos de Políticas Públicas em Direitos Humanos – Suely Souza de Almeida (NEPP-DH/UFRJ) e o Centro de Filosofia e Ciências Humanas (CFCH/UFRJ) promovem a Exposição Memórias Negras do CFCH, localizada no Espaço Memória, Arte e Sociedade Jessie Jane Vieira de Souza, segundo andar do prédio da Decania do CFCH, campus Praia Vermelha UFRJ.
Memórias Negras: visibilização dos docentes e técnicos-administrativos no Centro de Filosofia e Ciências Humanas (CFCH)
Nossos corpos importam!!!
A centenária Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) vem se transformando. Em nenhum outro lugar desta instituição essa mudança tem sido tão impactante quanto no Centro de Filosofia e Ciências Humanas (CFCH), materializada no conjunto de técnicos-administrativos e docentes aqui presentes. São corpos de pessoas negras e indígenas que vêm se colocando e modificam a face humana de cada uma das Unidades e Órgãos Suplementares do centro.
Em sua vida funcional, esses profissionais estiveram (e estão) presentes no cotidiano da Universidade, embora de forma dispersa. Por muitas vezes, invisibilizados. O desafio desta exposição é justamente dar visibilidade a seus corpos, reunindo, por meio de fotografias, mais de 50 docentes e 20 técnicos-administrativos do CFCH que voluntariamente aceitaram o convite.
São corpos formados por pessoas jovens e idosas, em um processo que, misturando ancestralidade e renovação, revela o corpo negro e indígena em um mosaico de diversidade.
Nossas vidas importam!!!
Ao reuni-los em um único espaço, a exposição nos convida a refletir o quanto essas vidas profissionais importam. São educadores que, no dia a dia, produzem processos formativos, colocando em relevo a educação pública em nosso país, e, com seu labor, atribuem novos significados simbólicos e materiais à UFRJ. Acima de tudo, situam a instituição em uma nova temporalidade histórica de diversidade e de ruptura com o racismo institucional que produziu diversos genocídios contra negros e indígenas.
São histórias diversas, com cada pessoa desejando ser fotografada como imagina poder se apresentar ao público. A presença desses corpos ganha a cena para causar incômodo – sim, os corpos e histórias negras e indígenas incomodam –, evidenciando tanto as especificidades de suas histórias quanto as pessoas comuns que elas representam. Em uma palavra, sugere-se uma humanização dessas vidas, pois elas importam, frutos de lutas por sua afirmação no interior da instituição.
Nossa voz importa!!!
Ao longo do tempo, essas vidas invisibilizadas, esses corpos incômodos, foram adquirindo relevo a partir da afirmação de suas identidades. Contudo, seria necessário reunir condições para que a superação do epistemicídio intelectual, da falsa ideia de democracia racial e da violência simbólica desse lugar a novos potenciais epistemológicos e intelectuais, materializados por meio de lutas políticas travadas dentro e fora da UFRJ.
A voz imagética aqui presente também significa algo além do que se expõe. Trata-se, como se verá, tanto de corpos de pessoas negras quanto de indígenas, reunidos em um aquilombamento capaz de dar um significado de que a luta travada e a voz erguida precisam alcançar todas as pessoas os que se colocam em oposição a um modelo e modo de vida cuja característica principal é ser uma máquina de moer gente preta, periférica e historicamente apagada.
Simbolicamente, esta exposição também é um esforço de tirar esses corpos do isolamento de seus espaços de trabalho, demonstrando que eles não estão sozinhos e que podem contar com laços de solidariedade. Reunir essas imagens provoca um adensamento de expectativas, de sentimentos e de desejo de estar junto.
É, por outro lado, um ato de erguer vozes, trazendo à cena novas possibilidades históricas, criando uma perspectiva utópica do vir a ser e do que ainda não está posto, imaginando novas dimensões do Poder Negro. Novas dimensões do vivido no presente.
Ao trazer novas vozes, imaginamos oferecer novos desafios, novas demandas e novas histórias a serem construídas. Que venham novos tempos, que eles se renovem. Que nossas vozes sejam ouvidas, pois elas importam.
O evento de Lançamento da Exposição aconteceu no dia 27 de novembro de 2025 (quinta-feira), no Auditório Manoel Maurício (Campus Praia Vermelha). Tivemos o registro de 40 (quarenta) visitas à exposição já neste primeiro dia.
É importante destacar que desde a concepção do projeto, há 1 ano, o envolvimento orgânico do decano do CFCH e coordenador do projeto, professor Vantuil Pereira, juntamente com a equipe de produção da Decania do CFCH, tem sido de fundamental importância para que a Exposição seja realizada neste mês de novembro.
O Projeto conta com as parcerias da Superintendência-Geral de Ações Afirmativas, Diversidade e Acessibilidade (SGAADA), da Superintendência-Geral de Comunicação Social (SGCOM), da Escola de Comunicação (ECO) e da Gráfica da UFRJ. Sem as quais, não teria sido possível realizar a exposição com tal qualidade e sensibilidade.
O local em que a exposição será sediada, o Espaço Memória, Arte e Sociedade Jessie Jane Vieira de Souza é um projeto institucional de integração acadêmica, credenciado no Sistema Integrado de Museus, Arquivos e Patrimônio Cultural (SIMAP), que objetiva promover exposições no campo das Ciências Humanas e Sociais.
A montagem da exposição contou com a colaboração de aproximadamente 80 (oitenta) docentes e TAEs do CFCH, ativos e aposentados, que gentilmente se dispuseram a participar e construir esse mosaico conosco.
Venha Conhecer nosso MOSAICO!