CFCH - Centro de Filosofia e Ciências Humanas

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“Decania não é cartório”

Foto: SeCom/CFCHA discussão acerca da participação da comunidade universitária na pesquisa eleitoral que indicará o decano para o quadriênio 2014-2018 pautou grande parte do debate. “Os alunos precisam ir às urnas. Decania não é cartório. Nosso poder é a capacidade de construir consenso”, afirmou Lilia, destacando ainda o fato de a eleição ter caráter paritário, ou seja, os votos das três categorias terão o mesmo peso. “Há um esvaziamento político na universidade. É difícil mobilizar. Tentamos buscar o entendimento do que está em jogo”, completou a candidata.

Lilia chamou a atenção também para o preenchimento de cargos de representação nos colegiados e para o debate sobre a universidade. “Me parece que há um desenraizamento da política e um discurso em torno da eficácia e da técnica. No Consuni (Conselho Universitário) isso é muito presente. Nosso estatuto foi criado na década de 1970. Será que não temos força política para fazer uma nova estatuinte?”, questionou.

Para o professor Marcelo Macedo Corrêa e Castro, decano do CFCH, há uma compreensão equivocada de que “a máquina funciona sozinha”. O decano lembrou que a participação do corpo discente não ultrapassou 15% na última eleição para a Reitoria. “É muito difícil construir uma proposta coletiva. É preocupante porque o nosso engajamento na participação democrática é muito pequeno. As pessoas preferem não assumir essa responsabilidade, desde as assembleias de condomínio até as eleições majoritárias. Não sei o que é preciso fazer. Há um estado de inércia”, disse.

A professora Beatriz Bissio, do Departamento de Ciência Política, sugeriu que seja incentivada a criação de um espaço de interlocução com o corpo discente. “A maior parte dos jovens simplesmente desconhece os seus direitos de participação. Proponho que sejam feitas visitas às salas de aula para levar mais informações aos estudantes”, disse. Na mesma direção, a professora Regina Bustamante, do Instituto de História (IH), considera importante que se incentive uma maior vivência comum no espaço universitário. “A Decania pode ser a indutora de questões que tragam repercussão acadêmica e que atuem como um local de interface das Ciências Humanas”, apontou.

Larissa Gaspar, servidora técnico-administrativa da Decania do CFCH, relatou a falta de orientação para que os funcionários participem do debate político na universidade. De acordo com Lilia Pougy, o “acolhimento” por parte da Pró-Reitoria de Pessoal (PR-4) “produz um servidor subserviente”. Para a candidata, “é fundamental que as atividades rotineiras não sejam dissociadas daquilo que lhes dá sustância: a questão acadêmica”.

Integração acadêmica

Foto: SeCom/CFCHO professor Fábio Lessa, diretor do Instituto de História (IH), indagou a candidata acerca da integração das unidades do CFCH. “A união entre ensino básico e ensino superior é fundamental. Acredito que a maneira mais evidente de fazermos isto seja através da formação de professores”, respondeu Lilia. A candidata também propôs o fortalecimento do debate entre as unidades com a criação de câmaras temáticas no Conselho de Coordenação do CFCH. “Desta forma, só iriam para o Conselho questões efetivas já analisadas nessas instâncias e que refletiriam o interesse das unidades”, explicou. Ademais, Lilia falou sobre a importância da Jornada de Iniciação Científica e da Semana de Integração Acadêmica. “Tivemos muita dificuldade em realizar no CFCH um evento que integrasse ensino, pesquisa e extensão, devido à baixíssima participação. O papel das unidades é fundamental neste processo, mas a nossa concepção de Decania é de uma instância de coordenação das unidades para discutir propostas e projetos”, completou.

Gestão financeira

Lilia também abordou a questão da autonomia das unidades. Para a candidata, este debate deve ser retomado em novas bases. “Precisamos conferir às unidades recém-criadas o mesmo estatuto daquelas já consagradas. É muito difícil o convívio entre unidades que não possuem o mesmo nível de autonomia”, afirmou.

Por fim, a candidata falou sobre a importância da participação e da mobilização políticas das unidades do CFCH para o fortalecimento da área das Ciências Humanas na UFRJ. “Nossa meta é ampliar as nossas bolsas de iniciação científica, mestrado e doutorado. O acesso da nossa área a essas bolsas é sempre inferior às das demais áreas. Mas sem participação e mobilização não teremos êxito”, concluiu.

 

Próximos debates:

Dia 06/05 - CAp-UFRJ, 12h30. 

Dia 07/05 - Auditório Anexo do CFCH, campus da Praia Vermelha.

 

Votação:

Dias 13, 14 e 15/05, no campus da Praia Vermelha e Largo de São Francisco de Paula, das 10h às 13h, e das 16h às 19h; no Colégio de Aplicação, das 10h às 15h.

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