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A vida e a obra de Ruy Castro em debate na ECO-UFRJ

O jornalista, escritor e tradutor Ruy Castro foi o palestrante desta segunda-feira (28/1), no auditório da Central de Produção Multimídia (CPM), da Escola de Comunicação (ECO) da UFRJ. Autor das biografias de Nelson Rodrigues, Mané Garrincha e Carmen Miranda, entre outros livros, Castro falou aos alunos da Escola de Comunicação (ECO) da UFRJ sobre o início de sua carreira, o processo de produção de suas obras e a relação entre suas fontes e personagens biografados. O evento fez parte do programa da disciplina Técnica de Reportagem, ministrada pela professora Cristina Rego Monteiro.

Nascido em Caratinga, Minas Gerais, o jornalista – como prefere ser chamado, mesmo afastado das redações há mais de duas décadas – não se considera mineiro. “Sou um carioca nascido longe de casa. Meus pais moravam na Lapa e viajaram para Minas onde, por um acaso, eu nasci. Mas fui, inclusive, concebido no Rio de Janeiro”, declarou. A identificação com a capital fluminense reflete-se também em suas obras. Castro é autor de livros como Chega de saudade: a história e as histórias da Bossa Nova, Ela é carioca, Flamengo: o vermelho e o negro, Rio Bossa Nova, Carnaval no Fogo: crônica de uma Cidade Excitante Demais, entre outros títulos, que unem indiscutivelmente o escritor à Cidade Maravilhosa.

Apesar de ter se graduado no curso de Ciências Sociais da extinta Faculdade Nacional de Filosofia (FNFi), Ruy Castro diz ter escolhido a profissão de jornalista aos cinco anos de idade. “Eu sempre li jornais e sempre quis trabalhar em redação”, recordou. “O meu sonho sempre foi o Correio da Manhã, considerado o melhor jornal do Brasil à época. Comecei cobrindo atropelamento de cachorro, asfalto esburacado e nascimento de girafa no zoológico. Só depois é que comecei a escrever sobre cultura, que era o meu maior interesse”, afirmou.

Após realizar seu sonho de juventude, Ruy Castro passou ainda por O Pasquim, Jornal do Brasil, Veja, IstoÉ, Playboy, Status, Bloch Editores, entre outros veículos. Com o tempo, jornais e revistas tornaram-se um espaço limitado para abrigar o trabalho de Ruy Castro, que passou a sentir necessidade de escrever livros. “Nunca pensei em ser escritor. Tanto que eu sempre me considerei jornalista. Atualmente, afastado há mais de vinte anos das redações, não posso dizer que faço jornalismo, até em respeito aos profissionais que lá estão”, disse, apesar de, ainda hoje, atuar como comentarista da Rádio BandNews FM e colunista da Folha de S. Paulo. “Para mim, foi um desafio começar a escrever na primeira pessoa”, contou, a respeito das crônicas que escreve para o periódico paulista.

Biografias

Para escrever as biografias de personagens tão importantes da história recente do país, Ruy Castro dedicou-se incansável e exclusivamente. Vencedor do Prêmio Esso de Literatura e de quatro prêmios Jabuti, o autor conta que, a cada livro, precisa ouvir mais fontes e apurar de forma ainda mais profunda. “Para escrever a biografia do Nelson (Rodrigues), trabalhei dois anos; na do Garrincha, foram três; e na da Carmen (Miranda), cinco. Um personagem que acho que merecia uma biografia seria o Carlos Lacerda, mas hoje eu não tenho mais idade para me dedicar desta forma”, explica o escritor, que completará 65 anos no dia 27 de fevereiro.

Ruy Castro conta que, muitas vezes, apura informações sobre os personagens em recortes de jornais. A partir daí, inicia a busca pelas fontes citadas nas notícias. “Uma fonte puxa outra e outra e mais outra. E, a partir do momento em que elas me contam uma história, essa informação passa a ser minha. Nos meus livros, não cito essas fontes. Eu assumo a responsabilidade por aquela informação e respondo judicialmente por ela, se for preciso”, afirma. 

O autor revela que escolhe seus biografados pela paixão. “Por esta razão, jamais me cansei do trabalho no meio do processo”, conta. No entanto, nem mesmo o envolvimento afetivo faz com que as obras sejam favoráveis à imagem dos personagens. “Jamais faço acordos. O que foi dito não tem volta. Pelo fato de as pessoas não quererem expor certos detalhes de suas vidas é que já tive tantos problemas com as famílias de meus biografados”, completa o autor, citando a tentativa de censura sofrida pelo livro A estrela solitária: um brasileiro chamado Garrincha, em processo movido pelos advogados da família do ex-jogador. 

 

Autor: Pedro Barreto - Setor de Comunicação CFCH

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