A Editora UFRJ lança, nesta quinta, dia 25, às 17h, o livro “Bitcoins e criptomoedas: a utopia da neutralidade e a realidade política do dinheiro”, de Daniel Kosinski, cientista social, doutor em Economia Política Internacional pelo Instituto de Economia da UFRJ e servidor técnico-administrativo da Decania do Centro de Filosofia e Ciências Humanas (CFCH). 

De maneira detalhada e esclarecedora, o autor procura responder a uma questão que ele mesmo se fez: como o bitcoin se estabeleceu no mundo, considerando que, na origem, seus criadores o queriam como uma “moeda sem Estado”? Ao contrário das afirmações feitas pela economia, a realidade do dinheiro é até agora inevitavelmente política, e isso é o que Kosinski procura esclarecer usando um amplo conjunto de evidências que elevam as reflexões sobre capitalismo, dinheiro e política ao patamar da atualidade tecnológica. Longe de exaurir o assunto, até mesmo pelo caráter de novidade em constante atualização que envolve o tema, o autor o examina de uma forma predominantemente analítica e crítica, em nada apologética. 

Para lidar com o tema que se propôs investigar, Kosinski apresenta inicialmente um resumo das origens intelectuais do ideal das criptomoedas e das propriedades técnicas do bitcoin, seguido de um levantamento sobre o que pensam e propõem os principais porta-vozes e entusiastas do bitcoin e das criptomoedas, além do programa político associado a eles e de uma discussão a respeito do que sejam a “realidade política” e a “representação apolítica” do dinheiro. Após fazer um breve histórico sobre os principais acontecimentos envolvendo o bitcoin e a possibilidade de considerá-lo (ou não) dinheiro, Kosinski lembra o debate sobre o entendimento de dois dos bancos centrais mais importantes do mundo (o britânico e o chinês) a respeito do bitcoin e das criptomoedas, bem como os planos dessas instituições para criar suas próprias “moedas digitais” e seus objetivos ao fazê-lo. Finalizando o livro, o autor investiga a possibilidade futura de adoção das criptomoedas por organismos como o Fundo Monetário Internacional (FMI) e o uso desses instrumentos por governos de países como Venezuela e Coreia do Norte, visando, entre outros objetivos, a escapar de sanções financeiras internacionais.

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