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IFCS debate gênero e direitos humanos

O objetivo foi analisar a temática do gênero e o processo de construção dos direitos humanos. Os professores defenderam a liberdade econômica, política e social, assim como a eliminação das exclusões e discriminações que permeiam a sociedade.

Um dos pontos abordados no início do debate foi a questão das sociabilidades periféricas no Brasil, que, segundo o professor Paulo Baía, representam um argumento de natureza prepotente e arrogante, uma espécie de classificação e desclassificação: “Ao considerarmos certas sociabilidades como centrais e hegemônicas, e as valorizarmos como tais, estamos qualificando todos os demais arranjos socioafetivos como periféricos”.

Para Baía, o mais importante é a que a sociedade reconheça e respeite as novas organizações familiares, pois elas tornaram-se uma hegemonia. “É preciso entender o outro, mesmo que você não concorde”, disse.

Direito à manifestação

O professor Marco Mondaini, da Universidade Federal de Pernambuco, alertou para o período de manifestações e para a situação dos jovens em Recife, que estão sendo abordados de maneira não oficial pela polícia, e sofrendo ameaças: “Não se pode participar de uma mesa de debate sobre direitos humanos sem falar da situação que está acontecendo no Brasil. São os nossos alunos que estão nas ruas, em uma luta legítima por melhorias no país”, afirmou.

A edição dos protestos feita pela mídia é outro ponto que, para Mondaini, deve ser levado em consideração, assim como a criação da figura do bom manifestante, associado à maioria, e do mau manifestante, relacionado aos grupos minoritários. “Qual a relação entre o número de manifestantes e o seu caráter?”, questionou.

Ainda debatendo as manifestações, Lilia Pougy, professora da Escola de Serviço Social da UFRJ, disse que a criminalização dos movimentos sociais e a postura autoritária adotada pela polícia têm origem nas relações do Estado com a sociedade e indagou: “Quem são os vândalos? O que é vandalismo? Quem atribui esse nome a alguém?”

Para ela, as manifestações são necessárias, e a sociedade brasileira está mostrando que o importante não é só fazer e sim, transformar. “Sempre fomos considerados um povo cordato, feliz e que adora carnaval. Mas os direitos humanos são resultado das lutas sociais”, disse.

Aprender a lidar com o coletivo é um dos maiores obstáculos para a sociedade contemporânea, segundo Lilia, e é em um momento como esse, onde há a necessidade de união, que a questão se torna mais clara: “Sempre valorizamos o individualismo, e a construção do coletivo é um desafio”, disse.

Mulheres de rua

A professora Mariléa Venâncio Porfírio, que atua no Núcleo de Estudos de Políticas Públicas em Direitos Humanos (NEPP-DH), inseriu no debate a questão das mulheres que vivem nas ruas e que também são alvo constante de preconceito e violência.

A solução oficial para essas mulheres é ir para abrigos, onde seriam separadas dos seus filhos. Por isso elas preferem morar em locais públicos, como praças e viadutos: “A rua não é espaço de moradia, mas de trajeto. Os grupos que foram para as ruas tem seus motivos, e querem sair dessa condição, mas os direitos básicos não se fizeram em momento algum para essas pessoas”, afirmou.

No fim do debate, Marco Mondaini fez um alerta para a postura adotada pelo Estado em relação à sociedade e disse que os movimentos que estão acontecendo no país são importantes para despertar o otimismo. “A solidez das instituições não se revela em momentos de calmaria, mas em momentos onde as revoluções e manifestações acontecem. É um período importante para analisar a realidade de uma forma mais otimista”, concluiu.

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