Na parte da manhã, o reitor esteve reunido com representantes do Ministério Público do Trabalho e da empresa Qualitécnica, responsável pelo serviço de limpeza em diversas unidades da UFRJ. No encontro, foi firmado o compromisso, por parte da empresa, do pagamento dos salários do mês de abril aos trabalhadores, para esta terça-feira (19/05). Além disso, foi agendada nova reunião entre as partes para a próxima sexta-feira (22/05), para a assinatura do Termo de Ajuste de Conduta (TAC) contra as violações trabalhistas e de forma a “verificar instrumentos que habilitem a UFRJ a efetuar o pagamento dos trabalhadores no caso de novos atrasos”, conforme afirma o reitor em nota.

Clique aqui para ler a nota do reitor na íntegra.

O encaminhamento inicialmente sugerido pelo professor Levi era o retorno às atividades já nesta terça-feira (19/05). No entanto, após frequentes e enfáticas manifestações dos estudantes que ocupam a Reitoria desde a última semana, e das ponderações dos diretores de unidades, o reitor aprovou o encaminhamento do professor Mauro César de Oliveira Santos, diretor da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo (FAU), de retorno na quarta-feira. “Não temos condições de funcionar amanhã. Sugiro aguardar e verificar se o pagamento, de fato, será efetuado e retornar na quarta-feira”, sugeriu.

A proposta foi apoiada pelo professor Marco Aurélio Santana, diretor do Instituto de Filosofia e Ciências Sociais (IFCS). “A Congregação do IFCS deliberou que não voltaria às atividades até que os trabalhadores tivessem seus direitos assegurados. Precisamos de um tempo para, literalmente, arrumar a casa”, defendeu Santana. Amaury Fernandes, diretor da Escola de Comunicação (ECO), acompanhou o colega. “A Congregação da ECO, em reunião na manhã de hoje (18/05), também decidiu pelo fechamento até que os salários dos trabalhadores sejam pagos”, informou Fernandes. 

Carlos Bolonha, vice-diretor da Faculdade Nacional de Direito (FND), igualmente apoiou o retorno no dia 20. “Primeiramente temos que garantir os direitos fundamentais dos trabalhadores. Quanto ao funcionamento da unidade, precisamos de 24 horas para restabelecer a normalidade”, disse. Rosa Pedro, diretora do Instituto de Psicologia (IP), da mesma forma, defendeu a volta das atividades na quarta-feira. “O retorno não deve ser uma posição individual, mas política. Precisamos chegar a um acordo”, sugeriu, em fala que antecedeu a determinação do reitor. 

A professora Lilia Guimarães Pougy, decana do Centro de Filosofia e Ciências Humanas (CFCH), aprovou a ação do Ministério Público do Trabalho. “A UFRJ não está indiferente à situação dos trabalhadores. Estamos tomando as providências para reparar os prejuízos causados (aos funcionários das empresas terceirizadas). É tempo de celebrarmos o fato de a UFRJ ter acionado o Ministério Público do Trabalho. Temos que criar alternativas para as terceirizações. É importante unificar a nossa luta. O CSCE (Conselho Superior de Coordenação Executiva) vai recepcionar as denúncias de assédio e abuso contra os trabalhadores. No curto prazo, a Reitoria está agindo para reparar os efeitos negativos neste contexto”, afirmou a decana.

Movimento estudantil

Os estudantes que ocupam a Reitoria desde a última sessão ordinária (ocorrida  no dia 14 de maio) tomaram o salão do Consuni em apoio aos trabalhadores terceirizados e para reivindicar o debate sobre políticas de assistência estudantil. O caso mais lembrado pelos discentes foi o de Terezinha Costa, ex-funcionária da Qualitécnica e vice-presidente da Associação dos Trabalhadores Terceirizados da UFRJ (Attufrj), demitida pela empresa após rebelar-se contra a precariedade das condições de trabalho.

Ao final da reunião, o vice-reitor da UFRJ, Antônio Ledo, atendendo a reivindicação dos estudantes, comunicou a realização da sessão extraordinária do Conselho Universitário (Consuni), nesta quinta-feira (21/05), com a pauta única que tratará da política de assistência estudantil. Os discentes comemoraram a decisão.

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