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"Mwana" promove debate sobre racismo e trabalho escravo infantil

 

Na última segunda-feira, dia 23, foi realizada a primeiras das “Quartas Pretinhas”, atividade que faz parte da programação da exposição “Mwana: infância e relações raciais no Brasil e na África”.

No período da tarde, a professora Juliana Correia, da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ), ministrou a oficina de contação de histórias “Contos africanos Baobazinho”. Participaram da atividade, realizada no foyer do Auditório Professor Manoel Maurício de Albuquerque, crianças do ensino fundamental do Colégio de Aplicação (CAp) da UFRJ. A oficina utilizou recursos musicais e brincadeiras para transmitir conhecimentos acerca da herança e das tradições africanas no Brasil. Um dos meninos, de seis anos, surpreendeu os presentes falando sobre a história da capoeira, desde os negros angolanos até a sua chegada ao Brasil. 

A professora Juliana Correia ensinou aos estudantes o conto sobre a origem do nome da cidade de Ouro Preto, em Minas Gerais. “Um escravo que trabalhava nas minas de ouro daquela região guardou pedaços de ouro em seus cabelos até acumular o valor necessário para comprar a sua alforria e conquistar a sua liberdade. Alguns dizem que é mentira, enquanto outros dizem que é verdade. O que vocês acham?”, indagou a professora, provocando a curiosidade nos estudantes.

Menino 23

Na parte da noite, a professora Mônica Lima, vice-decana do CFCH e curadora da exposição, exibiu o filme “Menino 23”, de Belisario Franca, que foi seguido de debate com a participação dos professores Juliana Correia e Diomário da Silva Júnior. O filme relata a pesquisa do historiador Sydney Aguillar, que descobriu, em 1998, provas da utilização de trabalho de 50 meninos negros na Fazenda Santa Albertina, de Osvaldo Rocha Miranda, no município de Campina do Monte, em São Paulo, durante os anos 1930. Na fazenda também foram encontrados símbolos nazistas, como a gravação de suásticas em tijolos, sugerindo a disseminação de teorias eugenistas no Brasil à época. O documentário traz o depoimento de Aloísio Silva, um dos sobreviventes, que dá origem ao título. Como os meninos não eram chamados pelos nomes, mas sim por números, Aloísio foi transformado no “23”. 

O debate com o público revelou outra descoberta: um aluno relatou que um ente familiar havia trabalhado durante anos numa fazenda, em situação análoga à escravidão, muito parecido com a história abordada pelo filme. A professora Mônica Lima destacou a relevância das reflexões que o filme suscita, principalmente no momento em que o governo federal propõe a flexibilização da fiscalização do trabalho escravo no país. “É urgente fomentarmos o debate a respeito do racismo e do trabalho escravo infantil. Não podemos admitir que fatos como esses voltem a ocorrer. E a universidade tem o papel de ser o espaço de reflexão e produção de conhecimento em nossa sociedade”, afirmou a vice-decana do CFCH.

*Gabriela Cyrne é bolsita do projeto Espaço Memória, Arte e Sociedade Jessie Jane Vieira de Souza, vinculado à Decania do CFCH.

Fotos: Reprodução da internet. Disponível em http://www.menino23.com.br/menino-23/. Última visualização em 25 out. 2017.

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