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Grupo de trabalho do CEG debate a nova normalidade pós-pandemia

Rejane Amorim, integrante do CFCH no Conselho, dialoga com as unidades para avaliar as condições de retorno às atividades

O Conselho de Ensino de Graduação (CEG) da UFRJ compôs um grupo de trabalho (GT) para debater a retomada das atividades de ensino na Universidade. Em decorrência da pandemia da COVID-19, as aulas foram suspensas por tempo indeterminado no dia 23/3. Desde então, as unidades têm mantido apenas o expediente administrativo de forma remota. Alguns programas de pós-graduação ministram aulas e palestras por meio de softwares.

O Instituto de Psicologia (IP), por exemplo, continua com as reuniões dos grupos de pesquisa, que contam com estudantes de iniciação científica, e as rodas de acolhimento e oficinas como forma de manter o contato com o público que demanda atendimento psicológico neste momento. Já o Colégio de Aplicação (CAp) criou o site CAp/UFRJ na Quarentena e vem utilizando a plataforma AVA (Ambiente Virtual de Aprendizagem) para atender aos estudantes que se preparam para o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). 

A professora Rejane Amorim, da Faculdade de Educação (FD), é a coordenadora de Integração Acadêmica de Graduação do Centro de Filosofia e Ciências Humanas (CFCH) e representante desse centro no GT do CEG. Na entrevista concedida ao Setor de Comunicação do CFCH, ela fala sobre as iniciativas que estão sendo tomadas no Conselho, o que tem sido discutido com as unidades e as atribuições da decania do CFCH. Uma das principais preocupações do grupo é garantir que a produção do conhecimento mantenha o caráter público, gratuito, democrático e de qualidade, não significando abrir mão do ensino remoto em situações excepcionais, como a que se apresenta atualmente.

“Os cursos de graduação que temos na UFRJ em modalidade a distância também foram muito atingidos pela pandemia. O modelo que adotamos nesses cursos é semipresencial.  Todas as aulas de laboratório são realizadas nos polos, assim como as avaliações. O EAD [ensino a distância] está se reorganizando neste momento para garantir a excelência e não pode ser comparado a alternativas de tutorias remotas que estão sendo feitas em larga escala no lugar de aulas presenciais”, comenta Rejane. “A principal preocupação tem sido o acesso dos estudantes, que estão representados nesse GT, o que para nós é da máxima importância. Independentemente da forma pela qual optaremos para o retorno a essa nova normalidade, devemos garantir que todos estejam incluídos”, completa a professora.

Ainda que não seja possível prever o retorno das atividades presenciais, o tema também é objeto de discussão no grupo. “Todas as unidades dialogam acerca do cenário atual. Os desafios são inúmeros. A preocupação primordial de todos os nossos dirigentes e da nossa decania é com a garantia de que todos os estudantes estejam contemplados com a forma de retomada das aulas”, analisa. “A adoção de protocolos de segurança, higienização, circulação de ar nas salas, quantitativo de estudantes por sala, reorganização de espaços administrativos para acolher com segurança a nossa equipe técnica são questões estruturais relatadas pelos dirigentes e pelo nosso decano.”

Leia a seguir a entrevista na íntegra:

 Secom/CFCH: A senhora é a representante da decania do CFCH no grupo de trabalho que debate propostas para o que tem sido chamado de “nova normalidade” que virá após a pandemia da COVID-19. Qual é o objetivo desse grupo?

Rejane Amorim: Esse GT tem como objetivo estudar e projetar cenários possíveis de retorno às atividades acadêmicas após a fase crítica da pandemia, já que não podemos dizer “fim da pandemia”. Estamos focados em fazer um mapeamento da realidade junto às decanias e unidades sobre suas limitações e possibilidades de organização para esse retorno na nova normalidade, que não sabemos quando será. Além disso, o GT está fazendo um levantamento do que já está sendo feito no momento.

Secom/CFCH: Tem sido muito discutida a adoção do ensino a distância como alternativa ao ensino presencial neste momento. Considerando a realidade socioeconômica brasileira, como garantir o acesso universal ao conteúdo a ser transmitido nessa modalidade?

Rejane Amorim: O que vem sendo chamado de educação a distância (EaD) desmerece, e muito, o trabalho sério e de qualidade que, por exemplo, a própria UFRJ desenvolve com o  Centro de Educação Superior a Distância do Estado do Rio de Janeiro (Cederj) há mais de 20 anos. Os cursos de graduação que temos na UFRJ em modalidade a distância também foram muito atingidos pela pandemia. O modelo que adotamos nesses cursos é semipresencial. Todas as aulas de laboratório são realizadas nos polos, assim como as avaliações. O EaD está se reorganizando neste momento para garantir a excelência e não pode ser comparado a alternativas de tutorias remotas que estão sendo feitas em larga escala no lugar de aulas presenciais.

Creio que escolas e universidades, privadas em especial, fizeram acordos com pais e estudantes e decidiram seguir de alguma forma, algumas com mais êxito que outras. Conheço municípios que adotaram metodologias híbridas de lidar com a nova realidade. Fornecem materiais impressos para os alunos e desenvolvem aulas que são disponibilizadas em canais abertos de televisão. 

As formas de lidar com a nova realidade são inúmeras, mas, como professora da disciplina Didática, tenho refletido que precisamos debater esse tema. Não podemos usar as mesmas metodologias do ensino presencial para aulas em plataformas digitais. Essas aulas exigem planejamento didático específico. 

Em relação à realidade socioeconômica brasileira, não temos acesso universal nem a saneamento básico. Então, esperar que todos tenham acesso a internet banda larga e computador disponível seria um contrassenso. Esse GT não discute educação a distância. Ponderamos que nossa Universidade possui cursos presenciais, e todo modelo foi pensado dentro dessa realidade. O que discutimos são possíveis formas de retorno que podem utilizar, como uma das estratégias, o estudo dirigido com atividades remotas.

Ressalto que o GT pretende levantar as estratégias de retorno que cada unidade discutiu entre os seus pares e, na medida do possível, socializar essas ideias para que possamos pensar coletivamente a forma de retornar com segurança, contemplando todos.

Mesmo quando se fala em atividades remotas, a principal preocupação tem sido o acesso dos estudantes, que estão representados nesse GT, o que para nós é da máxima importância. Independentemente da forma pela qual optaremos para o retorno a essa nova normalidade, devemos garantir que todos estejam incluídos, tenham acesso e estejam em segurança, desde o nosso servidor que abre o prédio até a última pessoa a sair. E isso inclui nossos funcionários terceirizados, nossa equipe técnica, professores, estudantes e todos os que circulam pela Universidade.

Secom/CFCH: O Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) comunicou o adiamento do Enem de 30 a 60 dias, em decorrência da pandemia. Há alguma posição do GT a respeito?

Rejane Amorim: Em relação a essa questão especificamente não temos discutido no GT. Nosso foco agora é o retorno das atividades de ensino. Mas no CEG temos debatido, sim. O Colégio de Aplicação, inclusive, fez uma nota a respeito, ponderando que a data inicial não poderia ser mantida, pois as condições de continuidade das aulas do ensino médio acontecem de modo desigual na realidade brasileira. Essa nota foi apoiada por unanimidade pelo CEG. 

Secom/CFCH: Qual papel as decanias podem desempenhar neste cenário?

Rejane Amorim: As decanias possuem papel fundamental na articulação desse debate. A discussão sobre as condições de reorganização de cada unidade pode ser fortalecida nos centros, já que as realidades são muito distintas em toda a Universidade.

Penso também que a decania tem o papel de fortalecer a luta pela melhor condição de retorno de suas unidades, pois nem sempre as estratégias montadas para um centro poderão ser desenvolvidas em outro. No caso do CFCH, temos como exemplo dessa pluralidade o CAp/UFRJ, que conta com estudantes da educação infantil e ensinos fundamental e médio.

Temos nossas bibliotecas, questões relacionadas aos estágios dos nossos estudantes de graduação, disciplinas que necessitam de aulas práticas de laboratório. Enfim, há especificidades e demandas que não se encaixam em uma única forma de organização, que precisam ser geridas e debatidas no âmbito das decanias, que conhecem todos os aspectos de funcionamento das unidades.

Secom/CFCH: A senhora tem conversado com as unidades do CFCH? Qual é o quadro geral de demandas, deficiências e demais aspectos até aqui? 

Rejane Amorim: Num primeiro momento do GT, cada representante de centro montou um panorama do que já estava sendo feito e debatido e sobre as variadas limitações quando se pensa em um retorno, que será diferente do retorno de uma greve, por exemplo.

Nossas unidades estão discutindo internamente essa questão. A movimentação para o enfrentamento da situação, nova para todos nós, tem sido exemplar. Dentre as atividades que vêm acontecendo, posso destacar o mapeamento da realidade dos estudantes, das pessoas do corpo docente e da equipe técnica que estão no grupo de risco e a organização de grupos de trabalho.

O CAp criou um site, o  CAp/UFRJ na Quarentena, estratégia que transcende a forma mecânica e produtivista que muitas escolas assumiram neste período de pandemia. O colégio fez um espaço de trabalho que une toda a escola e demonstra o potencial inovador criado pelo coletivo. Além disso, tem utilizado a plataforma AVA (Ambiente Virtual de Aprendizagem) da UFRJ para rever, com o terceiro ano do ensino médio, temas estudados nos anos anteriores, a fim de que os estudantes que se preparam para o Enem possam retomar conteúdos já vistos.

O Instituto de Psicologia mantém os grupos de pesquisa ativos, incluindo os estudantes de graduação. Eles realizam gravações das reuniões, disponibilizam a estudantes que nem sempre conseguem acompanhá-las por videoconferência e fazem atas que são enviadas em diversos meios, conduzindo o trabalho da maneira mais inclusiva possível. A unidade também tem feito rodas de acolhimento e oficinas, espaços de fortalecimento pensados como estratégia para todos ficarem juntos neste momento.

Todas as unidades dialogam acerca do cenário atual. Os desafios são inúmeros. A preocupação primordial de todos os nossos dirigentes e da nossa decania é com a garantia de que todos os estudantes estejam contemplados com a forma de retomada das aulas. A adoção de protocolos de segurança, higienização, circulação de ar nas salas, quantitativo de estudantes por sala, reorganização de espaços administrativos para acolher com segurança a nossa equipe técnica são questões estruturais relatadas pelos dirigentes e pelo nosso decano.

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