O tema foi discutido durante o expediente da sessão do Conselho e todos os diretores de unidades do CFCH relataram problemas quanto à prestação desses serviços. Desde o final de 2014, os funcionários das empresas contratadas não recebem pagamento. Com isso, os serviços de limpeza, portaria, almoxarifado e outros contratados via terceirização, não estão sendo realizados, ou sendo feitos de forma precária. Os casos mais graves ocorreram no Colégio de Aplicação (CAp) e Escola de Educação Infantil, que precisaram adiar o calendário letivo devido à falta de pagamento dos funcionários das empresas terceirizadas. O mesmo pode acontecer em outras unidades, caso a situação não seja normalizada.

Segundo a professora Andréa Teixeira, diretora da Escola de Serviço Social (ESS), “não há condições de manter as salas do prédio anexo abertas durante todo o dia sem o serviço de limpeza”. A diretora da Faculdade de Educação (FE), Ana Maria Monteiro, relatou preocupação devido à visita da equipe do Ministério da Educação (MEC), agendada para a próxima semana. “Os funcionários que trabalharam antes do carnaval foram muito dedicados. No entanto, as aulas estão marcadas para começar no dia 2 e se não houver limpeza não poderemos abrir. E o que eu vou dizer para o MEC?”, indagou.

“A terceirização foi alardeada como a grande solução, mas não é o que estamos vendo. Ela só precariza as atividades da UFRJ”, disse a decana Lilia Guimarães Pougy. “Houve pouco investimento na Praia Vermelha e no Largo de São Francisco. Nem as unidades que optaram pela transferência para a Cidade Universitária (como a Faculdade de Educação) estão com espaço digno de funcionamento”, completou a decana.

O professor Marco Aurélio Santana, diretor do Instituto de Filosofia e Ciências Sociais (IFCS), sugeriu a redação da nota, reivindicando a melhoria dos serviços e o fim da precarização da mão-de-obra dos trabalhadores dessas empresas. “Não vejo nenhuma das candidaturas à Reitoria comprometida com o fim da terceirização. A UFRJ tem que tomar providências. O CFCH precisa se posicionar duramente a respeito. O que nós podemos fazer? Os trabalhadores são mantidos em condições quase análogas à escravidão”, enfatizou.

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