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CFCH - Centro de Filosofia e Ciências Humanas

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“Precisamos de uma política nacional de assistência estudantil”

De início, o superintendente deixou claro que, não obstante a Superest esteja temporariamente vinculada ao Gabinete do Reitor, em sua opinião, ela deveria estar subordinada ao Conselho Universitário. “Não se pode fechar a discussão apenas no território socioeconômico e administrativo. As ações atuais estão longe de dar conta de todas as problemáticas que envolvem as políticas estudantis”, afirmou. Antônio José também falou sobre seu trabalho como secretário-geral do Fórum Nacional de Pró-Reitores de Assuntos Comunitários e Estudantis (Fonaprace), que pretende criar uma Política Nacional de Assistência Estudantil, com planejamento em médio e longo prazos. “Hoje estamos atendendo a demandas urgentes, mas precisamos criar uma série de ações que passam pelas questões de permanência dos alunos, incentivo a projetos que visam ao apoio pedagógico, novas metodologias etc.”, explicou. 

O número de demandas que chegam à Superest é imensa, de acordo com o superintendente. “Tentamos dar conta do impossível. Tenho dúvidas se a universidade é uma instituição que deva dar conta de todas as necessidades dos alunos. Não entendo que a universidade deva suprir todas as necessidades de assistência social e de saúde pública. Recebo pedidos para transportar alunos para hospitais públicos nos carros da Superest. É legítimo? Sim. É legal? Não”, explicita. 

As responsáveis pelas divisões internas da superintendência também apresentaram seus trabalhos, como a Dinaac (Divisão de Inclusão, Acessibilidade e Assuntos Comunitários), que visa atender estudantes com deficiência, mobilidade reduzida, sob ameaça de violência e questões de gênero, étnico-racial, geracional, entre outras. A Decult (Divisão de Esporte, Cultura e Lazer) atua no sentido de promover atividades esportivas e culturais. Entre as iniciativas está o lançamento de um edital de apoio a realização de eventos estudantis que em 2012 contemplou 46 propostas.

Já a Disae (Divisão de Saúde do Estudante) tem como foco promover a saúde como equilíbrio físico e mental. O setor busca articulações com unidades acadêmicas, como o Serviço Social da Faculdade de Odontologia, de forma a implementar ações de educação em saúde bucal aos moradores da residência estudantil, além de iniciativas de assistência psicossocial. Finalmente a DAE (Divisão de Apoio ao Estudante) é a responsável pela avaliação e concessão de bolsas e auxílio-moradia aos discentes. A partir de agosto, serão 3.500 os estudantes contemplados com bolsa-auxílio em toda a UFRJ. 

Alimentação

Os diretores das unidades do CFCH apresentaram questões que foram respondidas pelo superintendente. Celina Costa, diretora do Colégio de Aplicação (CAp), questionou o papel da universidade em atender a todas as demandas discentes. “Elas deveriam ser supridas por secretarias de Estado. Deveríamos propor ao MEC [Ministério da Educação] uma política ampla de assistência estudantil. Não cabe à UFRJ construir moradias com seus próprios recursos”, argumentou.

Mavi Pacheco, diretora da Escola de Serviço Social (ESS), apontou a carência da UFRJ em atender a questão da alimentação dos estudantes. “Na Praia Vermelha não temos sequer um refeitório. Temos um espaço ocioso em frente à ECO (Escola de Comunicação), onde poderia ser feito um local para refeições, colocado um micro-ondas, uma geladeira, mediante um investimento irrisório. Nossos estudantes são cada vez mais carentes e o custo da alimentação aqui é altíssimo para qualquer um”, apontou. De acordo com o superintendente, as ações de alimentação na UFRJ são concentradas no Sistema de Alimentação, em parceria com o Instituto de Nutrição Josué de Castro (INJC), sob a coordenação da professora Lúcia Andrade. No entanto, Antônio José informou que está em processo de licitação a construção do restaurante universitário da Praia Vermelha, ao lado do Instituto de Neurologia Deolindo Couto (INDC). 

Muana Martins, estudante do curso de Relações Internacionais e moradora do alojamento, criticou o serviço prestado pelas Comissões de Orientação e Acompanhamento Acadêmico (Coaas ). “Elas não dão conta de atender a todas as demandas. O Sisu (Sistema de Seleção Unificada) proporcionou a estudantes de todo o país estudarem na UFRJ, a maior universidade brasileira, mas não pensou em como eles iriam sobreviver na cidade mais cara do Brasil”, disse.

Por fim, Lilia Pouggy, professora da Escola de Serviço Social (ESS) e vice-decana do CFCH, afirmou que as iniciativas de assistência estudantil não podem estar desvinculadas de projetos acadêmicos. “O foco da assistência tem que ser o estudante pobre. Não podemos esquecer os projetos da PR-1 (Pró-Reitoria de Graduação) e da PR-2 (Pró-Reitoria de Pós-Graduação e Pesquisa). E os estudantes de pós-graduação também têm que ser contemplados”, sugeriu.

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