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"Quartas Vermelhas": Victória Grabois comenta o filme "Araguaya"

 

Nos anos 1970, um grupo de militantes do PCdoB, entre eles Maurício Grabois, André Grabois e Gilberto Olímpio Maria, respectivamente pai, irmão e marido de Victória, fizeram parte da Guerrilha do Araguaia, na região amazônica brasileira, com o objetivo de derrubar o regime militar instaurado à época. Os três estão entre os desaparecidos oficiais da guerrilha. “Dos 69 guerrilheiros, dez se salvaram. Cinquenta e nove estão desaparecidos, sem falar nos camponeses. Havia cerca de dez integrantes da comunidade da UFRJ”, contou Victória. “Eles subestimaram o número de soldados das forças de repressão e foram brutalmente derrotados”, completou.

“Em termos de resistência à opressão de um governo autoritário, eu considero que o Araguaia é um feito comparável a Canudos”, disse a ativista. “As pessoas largaram tudo para ir para o Araguaia. Havia médicos, estudantes de enfermagem, entre outros profissionais. Não era um movimento só de estudantes, mas sim, de operários e camponeses”, analisou. Militante desde a juventude, Victória foi expulsa da Faculdade Nacional de Filosofia (FNFi) da Universidade do Brasil — atual Instituto de Filosofia e Ciências Sociais (Ifcs) da UFRJ, em abril de 1964, pelo fato de seu pai ser secretário do PCdoB. “Se eu não tivesse filho, eu estaria morta, pois eu queria ser da guerrilha”, disse. “Eu sou parte dessa história”, comentou. 

Victória falou sobre a dificuldade em provar a existência da guerrilha, já que os governos posteriores negaram acesso aos arquivos daquele período. Após anos vivendo como clandestina, a ativista ressaltou a importância de contar seus relatos para as gerações futuras. “Precisamos conhecer a nossa história. Nós nunca tivemos uma democracia real, nunca varremos a ditadura deste país. Os comandantes que torturavam as pessoas ainda estão no governo”, disse. 

Na próxima quarta-feira, dia 7, das 9h às 12h, acontece a primeira mesa do Seminário “A Revolução em Imagens”, com o tema “A História da Revolução Russa (1917-24)”. Na mesa 2, das 14h às 17h, o tema será “A Revolução Russa e Brasil”. Haverá ainda o lançamento dos livros "A revolução das mulheres: emancipação feminina na Rússia soviética: artigos, atas panfletos, ensaios", de Graziela Schneider Urso (org.), às 12h, e "Olga Benario Prestes: uma comunista nos arquivos da Gestapo", de Anita Leocadia Prestes, às 17h. 

O evento acontece no Auditório Professor Manoel Maurício de Albuquerque, localizado no andar térreo do prédio do CFCH, no campus universitário da Praia Vermelha. O endereço é Avenida Pasteur, 250, fundos, Urca. O seminário é aberto ao público.

 

Para acessar a programação na íntegra dos seminários, clique aqui. 

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