Login

fb iconLog in with Facebook

CFCH - Centro de Filosofia e Ciências Humanas

Login

>> DESTAQUES

CAp-UFRJ: 70 anos de uma escola coletiva e inclusiva

O Colégio de Aplicação (CAp) da UFRJ está completando 70 anos em 2018. Para celebrar a data está sendo realizada uma série de atividades comemorativas que relembram momentos importantes da escola. Entre os eventos, foi realizada uma festa no Circo Voador, que contou com a participação de alunos e ex-alunos, professores, servidores técnico-administrativos e demais convidados. Outra iniciativa foi a criação do site “Memória CAp”, que contém informações sobre a história do colégio e um acervo audiovisual. 

Fundado oficialmente em 18 de maio de 1948, o Colégio fazia parte da Faculdade Nacional de Filosofia da UFRJ e tinha como função ser um espaço de estágio obrigatório para os licenciandos das faculdades de Filosofia. Em seus primeiros vinte anos de existência, o professor Luiz Alves de Matos atuou como diretor, exercendo, “de forma incontestável, forte liderança junto ao corpo docente, discente e funcionários”, de acordo com o site oficial do Colégio. A primeira eleição para Direção aconteceu em 1985, momento em que começa a se configurar a estrutura administrativa próxima da que existe hoje, caracterizada pela participação de todos os segmentos da escola. 

Atualmente, a gestão administrativo-pedagógica conta com a Direção Geral, Direção Adjunta de Ensino e Direção de Licenciatura, Pesquisa e Extensão; o Conselho Pedagógico e a Plenária de Docentes e Técnicos. Após a entrada em vigor do novo regimento - aprovado em 2017 e o primeiro desde os anos 1960 - o Conselho Pedagógico passará a contar com a representação dos responsáveis dos estudantes, que se reúnem aos demais segmentos – professores, técnicos e estudantes. “Nós entendemos que os responsáveis são atores importantes que devem ser incorporados na construção coletiva do Colégio, que é a proposta da nossa gestão”, explica Cristina Miranda, diretora do CAp.

Tecendo o coletivo 

O Colégio conta hoje com 760 alunos, do 1º ano do Ensino Fundamental ao Ensino Médio, e cerca de 400 alunos de diversas licenciaturas. A atual direção mantém o princípio da democratização do acesso e da permanência. O ingresso na escola – que adotou o acesso universal desde 2000 - se dá por meio de sorteio público para o Ensino Fundamental. No Ensino Médio, o candidato passa por um teste de nivelamento, em que precisa atingir a nota 5, para ser inscrito no sorteio.

Cristina Miranda (foto ao lado) e Graça Reis (foto abaixo), vice-diretora, estão exercendo o segundo mandato à frente da escola. Também compõem a gestão André Uzêda, Lorenna de Carvalho, Viviane Teixeira, Leandro Tavares e Edmílson Pereira, na Direção Adjunta de Ensino; e Isabel Lima e Marilane Santos, na Direção Adjunta de Licenciatura e Pesquisa e Extensão. “Quando nós entramos (em 2016), tínhamos a compreensão de que essa troca de gerações (mais de 50% dos docentes da escola haviam ingressado após 2011) precisava ‘tecer o coletivo’ (nome da chapa), ou seja, pensar em todos os sujeitos da escola – professores, licenciandos, técnicos, responsáveis, estudantes – e como nós transformaríamos esses sujeitos em uma trama, uma rede, um tecido que pudesse pensar coletivamente e ter mais escuta entre os diversos setores e mais construções conjuntas de projetos de escola”, explica Cristina. Na primeira chamada para inscrições de chapas, não houve registro de candidaturas. Como forma de atrair potenciais interessados, a comissão eleitoral reduziu a duração do mandato de quatro para dois anos. Foi quando o grupo se inscreveu e foi eleito para o primeiro mandato. “Nós compreendemos que o tempo foi muito curto para empreender um projeto de escola tal qual nós concebíamos naquele início. Então, propusemos ficar mais dois anos para pensar, construir e consolidar este projeto”, recorda Cristina.

Inclusão

No primeiro ano de gestão, pensando em tornar o acesso e a permanência ainda mais democráticos, a Direção implementou um debate sobre a avaliação e o corpo docente compreendeu que o jubilamento deveria ser extinto. "Nós professores entendemos que este recurso já não cumpria mais o seu papel, pois pensamos em uma escola mais inclusiva", explica Cristina. "Neste processo, as aulas de apoio para estudantes com dificuldades nas disciplinas ganharam um papel ainda mais importante", completa a diretora.

Além disso, o colégio passou a receber alunos com deficiência. Para consolidar este projeto, o CAp realizou concurso para a contratação de professores substitutos que acompanhassem os alunos especiais. Recentemente, o Ministério da Educação (MEC) ofereceu à UFRJ duas vagas para a carreira EBTT, que foram destinadas ao CAp e à Escola de Educação Infantil (EEI). “Temos pensado na permanência de todos os sujeitos nas suas diferenças. O espaço precisa ser inclusivo. Então, essas são conquistas recentes, que são fruto desse nosso esforço”, afirma Graça Reis. “No primeiro ano das crianças especiais na escola, o Setor de Orientação Educacional (SOE) e o setor das séries iniciais se organizaram e fizeram um ciclo de palestras durante todo o ano dirigido à educação espacial, tanto para o público interno quanto para o externo. Em 2017, nós fizemos um seminário de abertura do ano letivo, todo voltado para a educação especial”, completa a vice-diretora. Na solenidade comemorativa dos 70 anos, dois estudantes que passaram pela escola foram homenageados. “Um deles sofreu um acidente e não pode continuar estudando. O segundo, cadeirante, no momento em que estudou no CAp, nos ajudou a pensar formas de inclusão", comenta Cristina Miranda. "Isso simboliza o quanto a legislação em relação às políticas públicas inclusivas foram se modificando ao longo dos anos. Mostra também o quanto nós podemos atender a um número maior de crianças”, completa a diretora.

Formação de professores

A diretora destaca a importância que o CAp tem assumido em toda a UFRJ, tanto na consolidação do seu papel na formação de professores, como na construção de uma carreira única para docentes do Ensino Básico Técnico e Tecnológico (EBTT) e do magistério superior. A construção do Complexo de Formação de Professores, que inclui, além do CAp, a Faculdade de Educação, a Escola de Educação Infantil e as licenciaturas dos cursos de graduação da universidade, tem como objetivo reunir e sistematizar pedagogicamente esta formação. Além disso, foi criado, no âmbito do Conselho de Coordenação do Centro de Filosofia e Ciências Humanas (CFCH), o Comitê de Educação Básica da UFRJ. “Nós estamos em um momento importante para o CAp. A organização do Complexo de Formação de Professores nos dá um protagonismo na universidade, não apenas para o CAp, mas para a Educação Básica em toda a universidade. Também participamos do Comitê de Educação Básica, que se propõe a construir um projeto de educação básica para toda a universidade. Nós vimos trabalhando desde o final de 2015 neste processo avançado de debates, pois entendemos que é um projeto muito importante para a UFRJ”, define Cristina.

Para encerrar as comemorações dos 70 anos, será realizado em novembro, em data e local a serem confirmados, um seminário acadêmico. De acordo com Graça Reis, em mensagem publicada no site oficial da escola, o objetivo é “marcar as lutas em defesa da educação pública protagonizadas e abraçadas pelo CAp nestes 70 anos de história”. A vice-diretora espera que as atividades comemorativas “propiciem encontros potentes” entre todo o corpo social do colégio “e que juntos possamos continuar tecendo a história deste Colégio de Aplicação, escola pública em que todos e todas se reconheçam e que produza um reencantamento do mundo por meio de uma educação libertadora, gratuita, de qualidade, laica e socialmente referenciada”. 

 

Fotos: Pedro Barreto/SeCom/CFCH

Compartilhe este conteúdo

Submit to Delicious Submit to Digg Submit to Facebook Submit to Google Bookmarks Submit to Stumbleupon Submit to Technorati Submit to Twitter Submit to LinkedIn Compartilhe no Orkut

Projetos de Extensão:

 

 

 

Redes sociais:

 




 

Especiais: 

 

 

 

  

 

Links úteis:

 


 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Aplicativo CFCH

 

 

© 2012 • Centro de Filosofia e Ciências Humanas  •  Universidade Federal do Rio de Janeiro    |    Todos os Direitos Reservados           |           Este site usa Joomla