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Candidatos da Chapa 20 apresentam propostas no Conselho do CFCH

 

Foto: Marco Fernandes / CoordCOM/UFRJO professor Roberto Leher apresentou as ideias norteadoras da chapa, entre as quais, a rediscussão do papel da universidade na sociedade brasileira. “Aos poucos, está havendo uma refuncionalização da universidade. Isso é preocupante porque nos leva a perceber que a universidade está sendo instada a realizar serviços, que podem ser de maior ou menor complexidade”, analisou o candidato. “A área das Ciências Sociais e Humanas ganha um lugar particularmente marginal e problemático. Observem que materialmente é visível a desigualdade entre as áreas na UFRJ. Não apenas isso está reconfigurando a produção do conhecimento em nossa universidade, como está reorganizando a área nas políticas de Ciência e Tecnologia, o que tem obviamente desdobramentos muito graves para o futuro da área. Não é casual que o Palácio se encontre em extrema deterioração, que o CAp (Colégio de Aplicação) continue sem uma sede própria, que a Escola de Educação Infatil ainda não tenha sido plenamente implementada e que a área das Artes também esteja com as suas instalações debilitadas”, completou.

Como possíveis soluções para a retomada da autonomia, Leher propôs a criação de um órgão autônomo de representação jurídica da universidade. “A universidade não se representa juridicamente. Ao contrário, é representada por um órgão externo, que é a AGU (Advocacia Geral da União), que advoga a favor da União e não da autonomia universitária”, argumentou. 

O professor também identificou o que denominou “perda da autonomia quanto aos meios”, que diz respeito à estrutura administrativa e política da universidade. Sobre este ponto, Leher defende a transformação da Pró-Reitoria de Gestão e Governança (PR6) em superintendência da Pró-Reitoria de Planejamento e Finanças (PR3). “Isso representa construirmos uma cultura e um processo mais intenso de formação dos nossos quadros que atuam nessas áreas, de modo que, rearticulando isso no âmbito da Administração Central”, defendeu. Sobre a questão da infraestrutura, o candidato propõe fusão do Escritório Técnico da Universidade à Prefeitura Universitária, criando a Coordenação de Infraestrutura da UFRJ. “Temos que ter um espaço na universidade que seja realista em relação ao Plano Diretor em curso e que seja capaz de enfrentar os problemas de infraestrutura que estamos vivendo”.

Pessoal

No que diz respeito à política de Pessoal, Leher defende a criação de um conselho de planejamento dos concursos públicos tanto para servidores docentes quanto técnico-administrativos. “A realização de concursos não deve ser responsabilidade da PR4. As vagas devem atender às unidades e setores que estejam mais ameaçados com aposentadorias e perda de quadros”, propôs o candidato. 

Supertic

“É inconcebível que uma universidade da complexidade da UFRJ não tenha a sua rede própria e bancos de dados confiáveis. A infinidade de ‘puxadinhos’ de redes é inaceitável. Nós temos 278 técnicos de informática, diversos deles, hiperqualificados. Temos uma geração nova que entrou para discutir a questão da segurança da rede. Isso tem que ganhar uma estrutura de outro tipo”, apontou. 

Campus da Praia Vermelha

“Precisamos formular um novo Plano de Desenvolvimento Institucional (PDI). Não podemos mais ser uma instituição em que os grupos atuam cada um tentando maximizar, dentro das possibilidades existentes, a sua sobrevivência, sem que haja uma politica geral para a instituição”, questionou o candidato, sugerindo um diálogo com o BNDES para a recuperação da Praia Vermelha. “A situação do campus tem um problema estrutural: a nossa relação com o nosso patrimônio histórico. É inconcebível que a UFRJ não tenha estabelecido uma relação com o BNDES. Este dispõe de recursos a fundo perdido, que já foram disponibilizados para diversos espaços públicos, e a universidade nunca solicitou essa receita. A prioridade tem que ser a recuperação do Palácio Universitário e do equacionamento do espaço da Praia Vermelha”, afirmou. 

O candidato propôs ainda uma rediscussão do Plano Diretor. “Nós teremos que conviver, durante alguns anos, com módulos pré-fabricados. Mas essas instalações têm uma duração muito limitada. É uma hipótese emergencial a utilização desses módulos, no entanto, temos que voltar a discutir a expansão da Praia Vermelha. O Plano Diretor que foi aprovado não contempla nenhum investimento no campus da Praia Vermelha. Temos que voltar a debater essa questão. Temos um espaço generoso aqui, mas temos que pensar a problemática do financiamento”, disse. Denise Nascimento lembrou as obras paralisadas do prédio que deverá abrigar a Faculdade de Educação, Colégio de Aplicação e a Escola de Educação Infantil quando estiver concluído. “Precisamos reabrir os debates sobre o Plano Diretor. Há problemas com as licitações que precisam ser resolvidos. Não vamos construir mais nenhum prédio até concluir os que estão em andamento”, afirmou.

Recursos

Leher também criticou o subfinanciamento da universidade. “A UFRJ recebe menos recursos do Fundo Nacional de Saúde (FNS) do que a UFF (Universidade Federal Fluminense). Para uma universidade que mantém nove hospitais é, no mínimo, exótico. O problema fundamental é a matriz Andifes, que define a distribuição do orçamento das universidades”, analisou. “Precisamos rediscutir a nossa relação com os governos Estadual e Municipal. Temos gastos estratosféricos com contas de água, sem nenhuma contrapartida. Outro ponto é o terreno da Petrobras na Cidade Universitária. Recebemos R$ 4 milhões por ano. Outra proposta que defendemos é o investimento de R$ 70 milhões da receita, do total de R$ 450 milhões anuais, exclusivamente para assistência estudantil. Só assim começaremos a pensar em uma política para o corpo discente, como alimentação, residência, bolsas, salas de estudo, bibliotecas etc.”, completou Leher.

Participação de estudantes e técnico-administrativos

Leher também defendeu uma mudança na administração da universidade, com o maior protagonismo dos estudantes e servidores técnico-administrativos. “Alguns setores devem ser dirigidos por técnico-administrativos que são profissionais dessa área. Não tem nenhum sentido improvisar professores em chefias em setores que eles não entendem nada. Os estudantes também devem ter papel protagônico na elaboração de políticas discentes”, apontou. 

Congresso universitário

O candidato propôs a realização de um congresso universitário. “A ideia de um congresso universitário que crie bases e consensos, que possibilitem a realização de um novo estatuo nos parece decisivo para que possamos ter uma institucionalidade na UFRJ reconhecida como legítima por sua unidade, que reconheça nessa nova institucionalidade um novo estatuto, novas leis internas, regras sólidas, reconhecidas como válidas, capazes de criar as bases para a prática e o exercício daquilo que está na Constituição Federal, que é a autonomia universtária”, argumentou. 

Leher e Denise também responderam perguntas dos presentes sobre pontos específicos:

Terceirização 

“Com a matriz Andifes, a terceirização se naturaliza. A verba de pessoal passou a fazer parte do orçamento de custeio a partir da terceirização. Isso criou a falsa ilusão de que o nosso orçamento aumentou, mas na verdade o que houve foi a precarização da política de Pessoal”, analisou.

“Precisamos passar o pente fino nesses contratos. Não vamos tolerar contratos com empresas que tratem trabalhadores de modo análogo à escravidão”, assegurou.

Denise Nascimento sugeriu a volta dos concursos para cargos extintos. “O de vigilante, por exemplo, não pode ser terceirizado. A terceirização aumentou muito de 2010 para cá. Por isso, não poderemos acabar com os contratos de uma hora para outra, mas sim, reverter o processo gradativamente”, afirmou a candidata a vice-reitora.

Eberh

“Nosso posicionamento é muito claro: somos radicalmente contrários a ela. A UFMG (que aprovou o contrato com a empresa) reduziu 100 leitos após a contratação. É uma empresa instituída pelo Estado, mas de direito privado. Ela obedece a uma lógica empresarial”, argumentou.

“A proposta do Complexo Hospitalar é muito interessante. Temos que reintegrar academicamente os nossos nove hospitais. Ele já está aprovado no Conselho Universitário, mas não se efetivou na prática”, afirmou.

Foto: SeCom/CFCHCanecão

“É um constrangimento e um débito que temos com a cidade. Mesmo de maneira não ideal, temos que reabrir a discussão sobre o Canecão sob um novo conceito. Precisamos ter espaços para nossos grupos de teatro, construir um cinema, um café. Temos que ter um espaço para a cultura que não está no circuito comercial, para a cultura não-hegemônica”, disse.

Políticas de acesso

“Todo o debate sobre as cotas nos interessa. Uma política democrática de cotas não pode deixar de fora a questão racial. Tem que haver um nexo com uma perspectiva universalista”, defendeu.

Licenciatura

“Vivemos um momento muito áspero para a Educação. Temos que melhorar a relação das unidades com as licenciaturas. A universidade pública deve manter esse debate. Temos um compromisso social”, concluiu o candidato.

A decana do CFCH, Lilia Guimarães Pougy, agradeceu aos candidatos. “Sentimos a necessidade de aprofundar o debate sobre as propostas das chapas. Desde já saúdo a coragem dos candidatos. Na Reitoria, os desafios serão enormes. A vinda de vocês ajuda a aprofundar esse debate. Todas as propostas nos trazem inquietações e questionamentos. É uma honra ouvir propostas para uma universidade que queremos”, finalizou a decana.

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