A professora Ludmila Fontenele Cavalcanti, superintendente acadêmica do CFCH, apresentou o projeto do Espaço Memória, Arte e Sociedade Jessie Jane Vieira de Souza, do qual é coordenadora geral, onde a exposição está em cartaz. Ela enfatizou a importância do projeto para a integração acadêmica entre as diferentes unidades do Centro e o seu caráter de associação entre ensino, pesquisa e extensão. A professora Jessie Jane Vieira de Souza, que dá nome ao espaço, também esteve presente. “Fico envaidecida de ter o nome associado a esta iniciativa. Desde pequena fui embalada pelas maravilhas da Revolução Russa. A queda do Muro de Berlim representou a vitória de uma narrativa que criminaliza todos os movimentos sociais do século XX”, disse a homenageada. “Precisamos relembrar o que foi a Revolução Russa e o que nós podemos construir a partir daquela experiência. Espero ainda viver para ver uma universidade em que aquele pensamento seja hegemônico”, completou.
Carlos Serrano Ferreira, um dos organizadores e curadores da mostra, destacou a relevância da temática. “Uma universidade como a nossa que se preocupa com a pluralidade e a democracia não poderia deixar de lembrar os 100 anos da Revolução Russa”, afirmou. Victória Grabois, que representou o Grupo Tortura Nunca Mais, um dos apoiadores da exposição, frisou a parceria entre a universidade e os movimentos sociais. “Sou filha de comunistas e quando eu era criança, meus pais diziam que nós viveríamos em um país comunista. Infelizmente, até hoje isso não aconteceu”, disse. “Esperávamos que os últimos governos cumprissem a determinação da Corte Interamericana de Direitos Humanos que exigiu que o governo brasileiro abrisse os arquivos da ditadura. Agora mesmo é que não tenho esperança de ver isso acontecer. A queda do Muro de Berlim e a ditadura militar foram dois dos maiores choques da minha vida. Eu sobrevivi. Mas não sei se sobreviverei ao atual governo”, concluiu Victória.
Legado revolucionário
Para a decana do CFCH, Lilia Guimarães Pougy, a iniciativa de promover o debate sobre a Revolução Russa tem o objetivo de “conhecer esse processo para além da versão cinematográfica”. Segundo ela, a mostra tem como particularidade o seu caráter extensionista. “É com muita alegria que testemunhamos o encantamento dos adolescentes. Isso nos revitaliza neste momento em que vivemos tempos sombrios”, completou.
O magnífico reitor da UFRJ, professor Roberto Leher, manifestou seu apoio ao projeto. “Este tema é necessário e fundamental para a memória da experiência da luta dos povos. É uma honra estar ao lado de pessoas como Jessie Jane e Victória Grabois, que lutaram pela democracia”, comentou. Leher recordou a relevância de poetas, como Maiakovski, e demais artistas do período revolucionário russo. “Eles forjaram um novo conteúdo artístico que marca um tempo pulsante para as artes em todo o mundo”, afirmou. O reitor também enfatizou a importância da Revolução para os dias atuais. “É um momento da história que nós temos que retomar. A UFRJ deve estar muito orgulhosa desta exposição. No século XXI, precisamos resgatar esta experiência frente a situações de barbárie. Diante de tantos retrocessos que presenciamos ultimamente, temos a certeza de que temos que manter acessa a luta dos trabalhadores. A universidade, com esta iniciativa, reafirma isso. Estamos todos de parabéns”, finalizou o reitor.
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