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Candidatos à Decania do CFCH debatem no CAp-UFRJ

Os candidatos à sucessão da Decania para o quadriênio 2018-2022 se encontraram, na última terça-feira (22/05), no Colégio de Aplicação (CAp) da UFRJ, no primeiro debate promovido pela comissão da pesquisa eleitoral que indicará o futuro decano do Centro de Filosofia e Ciências Humanas (CFCH). Fernando Santoro, do Instituto de Filosofia e Ciências Sociais (Ifcs), apresentou a candidata a substituta eventual*, Daniela Guimarães, da Faculdade de Educação (FE). Marcelo Macedo Corrêa e Castro lembrou de seu trabalho à frente da FE-UFRJ, na gestão 2003-2006, e como decano do CFCH, entre os anos 2006 e 2014.

Os candidatos apresentaram suas propostas para a Educação Básica na UFRJ. Corrêa e Castro enfatizou o princípio da autonomia universitária e o seu papel de propor políticas para o tema. “A universidade que queremos é aquela que seja capaz de oferecer alternativas a diretrizes de toda ordem, exames centralizados, que são parte de uma política absolutamente equivocada no meu modo de ver para a Educação Básica. Esta universidade tem que fazer algo além do que ela já está fazendo, oferecendo outras soluções em outros caminhos. Tem que ser capaz de resistir a um certo aparelhamento que ela vem sofrendo por parte dos sucessivos governos”, disse. O professor da FE-UFRJ destacou também a necessidade da construção coletiva e colegiada de projetos comuns às unidades e centros da universidade, que se oponham a interesses particularistas. “A universidade precisa acordar para isso, precisa fortalecer os seus mecanismos democráticos. As suas práticas democráticas foram desgastadas pela própria história, pelo próprio exercício, mas elas não podem ser jogadas fora. É este o projeto de universidade que eu defendo, muitas vezes contra narrativas de desqualificação que parecem confundir a dificuldade de construir efetivamente a democracia a partir de uma perspectiva de que um animal que é egoísta como qualquer outro. Então, construir a civilização versus a barbárie é um desafio na Universidade”, completou.

Santoro defendeu o protagonismo da UFRJ na sociedade brasileira e o seu papel de propor projetos para o país. “Nós estamos na maior universidade do país, considerada por alguns como a melhor universidade do pais. Temos uma estrutura gigantesca, os melhores quadros em todos os níveis, mas sofremos cronicamente de falta de projetos. Não existe articulação de todas as unidades e de todos os centros em vista do que ela pode efetivamente fazer. Ela é um dos maiores instrumentos do Estado brasileiro. E nós somos responsáveis por dizer o que esse instrumento pode fazer no plano da Educação”, argumentou. O professor do IFCS-UFRJ falou sobre a democratização do acesso, da mudança do perfil de seus estudantes e de como isso deve influenciar na transformação do ensino na universidade. “Nós iniciamos um processo de inclusão social que já está transformando a UFRJ. Várias ações trouxeram segmentos da sociedade que antes eram excluídos da universidade privada e da universidade pública também. Agora, nós temos uma universidade mais colorida, uma universidade que não permite que um professor tenha uma atitude machista. Essas demandas da sociedade é que vão construir um projeto de universidade. Quando a universidade ouve o seu corpo social, ela pode construir o seu projeto”, analisou.

Integração entre unidades do CFCH

Os candidatos responderam a perguntas do corpo docente do Colégio. Santoro explicou sua proposta por meio da qual o Colégio de Aplicação pode se integrar às demais unidades do CFCH e argumentou que a professora Daniela Guimarães, candidata a substituta eventual do decano*, tem atuação destacada na Educação Básica na universidade. “Esse projeto (da Educação Básica na UFRJ) é muito bem pensado em termos de estrutura pedagógica, construção institucional, mas ele ainda está deixando de lado uma parte importante que é a construção de novos conteúdos, no que as unidades de Ciências Humanas e Sociais têm a contribuir muito. Nós não podemos repetir os mesmos conteúdos eurocêntricos, elitistas, machistas. Nós estamos em uma sociedade que não aceita mais determinados valores”, analisou. O professor do IFCS-UFRJ destacou a importância de formar professores das Ciências Humanas e Sociais a partir de abordagens que prezem pela diversidade. “Os novos conteúdos têm que responder a essa inclusão social, à inclusão de tradições de matriz africanas, de raízes indígenas, de outras formas de pensar a relação com o outro. Isso tem que estar nessa forma de pensar a integração da Educação Básica. É o que está faltando: a inclusão de outros parceiros que estão discutindo essas questões e que estão não apenas no CAp, na Escola de Educação Infantil, na Faculdade de Educação, mas também na História, na Filosofia, na Sociologia, na Comunicação, no Serviço Social e no NEPP-DH (Núcleo de Estudos de Políticas Públicas em Direitos Humanos) para trabalhar os conteúdos atuais, que merecem ser transformados e incorporados nesse projeto de integração da Educação Básica”, completou.

Já Corrêa e Castro lembrou o trabalho que realizou como diretor da FE-UFRJ e também como decano do CFCH, para a institucionalização da EEI. “Em 2003, eu iniciei os movimentos que levaram a Escola a se tornar um órgão de ensino, pesquisa e extensão. Primeiro, nós fizemos o projeto para essa transição a partir da supervisão de professores substitutos que eram lotados na Faculdade. Depois, como decano (entre 2006 e 2014), nós avançamos nisso, levamos ao Consuni (Conselho Universitário), durante dois ou três anos de intensas discussões. Enfrentamos e conquistamos o desafio de levar a Escola a um lugar em que ela hoje pode resolver todos os seus problemas de maneira autônoma”, recordou. O professor da FE-UFRJ falou também sobre o Complexo de Formação de Professores, que está sendo construído na Cidade Universitária, mas encontra dificuldades para a sua conclusão por conta da falta de recursos. “(Este projeto) é uma ideia antiga que, no tempo em que eu fui diretor da Faculdade de Educação, se chamava Rede de Formação. É um desenho de uma articulação entre os diversos sujeitos e espaços que fazem a formação dos estudantes da Educação Básica, licenciandos e dos professores que fazem a formação permanente. Esse desenho, agora chamado de Complexo de Formação de Professores é uma terceira ou quarta tentativa de colocar isso em prática. E terá o nosso inteiro apoio, como consta em nosso programa”, comentou.

Avaliação do debate

Após o debate, os candidatos se mostraram satisfeitos com a participação dos professores do CAp-UFRJ, mas ambos fizeram ressalvas quanto ao formato definido pela comissão eleitoral. “Foi um bom início de campanha com um comparecimento razoável, considerando que foi o debate foi realizado em horário de almoço. Eu penso que nessa primeira experiência nós podemos tomar contato com projetos distintos, visões distintas de Universidade, de Centro, de gestão. E isso era esperado, já que são duas propostas distintas”, analisou Corrêa e Castro. “Acho que nós podemos experimentar as normas eleitorais que, no papel são uma coisa e, na prática, são outra. Talvez a comissão possa repensar alguma coisa quanto à dinâmica das perguntas já para amanhã (dia 23/5, quando ocorre o segundo debate, na Escola de Educação Infantil), ponderou o professor da FE-UFRJ.

Para Santoro, o debate propiciou a oportunidade de colocar em relevo ambas as propostas de gestão. “O tempo era escasso, então nós tivemos que diminuir o tempo das apresentações. Mas cada candidato apresentou o seu projeto, o seu modo de agir, a sua história. Pena que houve poucas questões, por conta do tempo, por parte da plateia. Mas foi interessante ouvir o mesmo ponto dirigido a ambos”, avaliou. “(O projeto de integração) é decisivo para a costura transversal das unidades do CFCH, que está sendo construído por vários atores. Desde a Escola de Educação Infantil até a Reitoria estão envolvidos neste projeto, que encontra imensas dificuldades materiais: as unidades estão em campi separados, faltam recursos, falta de entrosamento entre as unidades. É preciso construir esse entrosamento entre as unidades, que elas conversem entre si e não fiquem ensimesmadas nem isoladas”, completou o professor do IFCS-UFRJ.

Direção do CAp analisa

A diretora Cristina Miranda e a vice-diretora do CAp-UFRJ consideraram importante a realização do debate nas dependências do Colégio. “Temos que saudar o fato de termos uma disputa para qualquer cargo na universidade. Isso é importante porque é o momento de pensarmos em projetos para a universidade. O CFCH, nas suas últimas gestões, teve um papel muito importante no fortalecimento do CAp na universidade, nesse protagonismo que o Colégio hoje tem na formação de professores, na possibilidade de o CAp se integrar à Escola de Educação Infantil”, comentou Cristina. “Foi o Comitê de Permanente de Educação Básica do CFCH (no âmbito do Conselho de Coordenação de Centro) que nos ajudou nessa articulação. É claro que nós poderíamos ter feito essa articulação entre unidades, mas é preciso ter políticas indutoras dessa conversa. O CFCH tem cumprido um papel muito importante, tanto no sentido de articulação com outras unidades, como de dar visibilidade ao trabalho que o CAp realiza. Neste sentido, a eleição para a Decania é bastante importante”, afirmou a diretora.

Graça Reis enfatizou a relevância de dar visibilidade à Educação Básica na UFRJ. “Precisamos destacar a importância do Centro, através de sua política indutora, que permeou toda a discussão e o trabalho da primeira pós-graduação que o CAp recebeu. Se o CAp hoje tem uma parceria com a Faculdade de Educação e uma pós-graduação lato sensu, esse trabalho foi costurado pelo CFCH”, disse. “O CFCH tem uma importância para o Colégio, no sentido de pensar qual o lugar da Educação Básica na universidade e fazê-la se tornar mais visível. Eu acho que o fato de o auditório ter estado bastante cheio tem a ver com o fato de, se para algumas unidades pode não ter tanta importância, para nós é fundamental essa costura. O trabalho da Educação Básica na universidade precisa ser afirmado e reafirmado o tempo inteiro”, concluiu a vice-diretora.

*Por email, a Comissão de Pesquisa informa que "as inscrições homologadas pelo Conselho de Centro da Decania do CFCH são apenas para de decano, no período 2018-2022. A indicação de substituto eventual (a função que existe administrativamente) será realizada somente após a posse do candidato eleito.

Próximos debates:

Dia 23 de maio, das 16h às 17h, na Escola de Educação Infantil (EEI) da UFRJ (Rua Bruno Lobo, 50, Cidade Universitária).

Dia 28 de maio, das 11h às 14h30, no Auditório Professor Manoel Maurício de Albuquerque, campus universitário da Praia Vermelha (Avenida Pasteur, 250, fundos, Urca).

Dia 29 de maio, das 18h30 às 22h, no Salão Nobre do campus do Largo de São Francisco (Largo de São Francisco de Paula, 1, Centro do Rio).

 

Leia também:

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Sucessão da Decania do CFCH: calendário de debates

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Fotos: Pedro Barreto/SeCom/CFCH

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