O filme narra a primeira tentativa de um movimento de guerrilha contra o regime militar no Brasil que, de acordo com Esther Kuperman, teria sido articulado por Leonel Brizola, em 1966, durante o seu exílio no Uruguai. A historiadora afirma que, inicialmente, o grupo de cerca de 20 guerrilheiros foi financiado pelo governo cubano e recebido intenso treinamento militar na Serra do Caparaó, localizada na divisa de Minas Gerais e Espírito Santo. Mas, com o fim do apoio financeiro, o grupo acabou isolado e, sem recursos, foi desarticulado em 1967.
A historiadora, que dedicou sua pesquisa Mestrado ao tema, ressaltou a importância da experiência, ainda que tenha resultado em derrota. “Foi a expressão de um projeto de resistência. Uma ambição muito além da capacidade deles, mas uma ambição ‘do bem’”, pontuou. Ainda segundo Kuperman, o documentário mostra a necessidade de se refletir sobre questões políticas e sociais no atual contexto brasileiro: “É preciso voltar a resistir”, completou.
Para a professora do Colégio Pedro II, o filme é importante por ser contado a partir da narrativa dos próprios combatentes. "O documentário possibilitou aos guerrilheiros que reconhecessem neles mesmos a importância que tiveram para a História e pudessem repensar o seu papel ideológico – que não estava completamente definido, por serem ex-militares e por não associarem suas ações a uma ideologia de esquerda", comentou a historiadora. De acordo com Kuperman, nos dias atuais é possível analisar a experiência na Serra do Caparaó como uma guerrilha formada por um grupo de militares nacionalistas de esquerda.
Na próxima quarta-feira, 17/5, o filme em cartaz no "Quartas Vermelhas" será "Vermelhos e Brancos", de de Miklós Jancsó. As sessões acontecem sempre no Auditório da Decania do CFCH, localizado no 2o andar do prédio da Decania do CFCH, no campus universitário da Praia Vermelha. O endereço é Avenida Pasteur, 250, fundos, Urca. O evento é aberto ao público.
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