O filme, em preto e branco e lançado em 1967, é um relato sobre a tentativa de retomada do poder pelos anti-revolucionários (Exército Branco) na Guerra Civil Russa (1918-1921), e a resistência dos bolcheviques (Exército Vermelho) com o apoio de comunistas húngaros. Segundo Capeller, pesquisador da linguagem cinematográfica, o filme muitas vezes é analisado por um ângulo minimalista, que mostra uma guerra sem sentido. No entanto, o professor propõe outra possibilidade de análise. “O filme é desconcertante pela maneira como ele filma: sem conhecimento prévio, fica difícil entender quem é o comunista e quem é o branco”, comenta.
Para Capeller, “mesmo sendo um filme ficcional, ele retrata a guerra de maneira muito fiel e mostra que todo momento de combate é um momento de indeterminação”. O professor chama a atenção que, através de uma análise mais atenta é possível observar que “os brancos são sádicos, exatamente no sentido nazista. O requinte de crueldade contra os vermelhos, a população civil e os próprios soldados do exército é muito bem mostrado no filme”.
O debatedor analisa que o filme se recusa a ser facilmente ideológico, mantendo uma posição política de esquerda bem elaborada. Capeller ressaltou ainda que “a gente vê o Exército Vermelho tomando atitudes que não são éticas, sem moralismo, mostrando que o filme é muito realista. E também deixando claro que a guerra não é fácil e nem feita sem contradição”.
Quartas Vermelhas
No “Quartas Vermelhas” da próxima semana (24/5) será exibido o clássico “O Encouraçado Potemkin”, dos diretores Serguei Eisenstein e Grigori Aleksandrov, que será comentado pelo cineasta Luiz Arnaldo Campos. O evento acontece sempre no Auditório da Decania do CFCH, localizado no 2o andar do prédio da Decania do CFCH, no campus universitário da Praia Vermelha. O endereço é Avenida Pasteur, 250, fundos, Urca. O evento é aberto ao público.
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